baterpunhetas

Sou o José Carlos.

A minha mãe chama-me Zézinho e na escola chamam-me Zé.

O meu pai chama-me filho da puta ou cabrão, depende se está mais chateado comigo ou com a minha mãe.

Consegui faltar à escola ontem porque fui ao psicólogo.

Ainda não percebi muito bem porque é que a minha mãe me levou lá. Afinal o meu pai é que anda a mandar cartas porcas à Judite de Sousa.

Se calhar começou a levar a história do machado demasiado a sério...

Hoje sou um homem morto. Levo a caderneta do aluno com um recado do meu pai para o Stor de trabalhos oficinais.

Proibe-me de ir às aulas dele e usa expressões como seu abafador de palhinhas, vais ser fornicado por um cavalo e faço-te um clister à moda antiga.  Acho que isto não vai correr bem. 

Vou a pé porque perdi o autocarro.

Vejo o Carlos, o meu colega de carteira uns metros à frente. Vai com o João e o David.

Não gosto muito do David. É o mais forte da turma, as miudas gostam todas dele e está sempre a  meter as nossas mochilas na sanita dos balneários e a fazer outras coisas copmo baixar-nos as calças e gozar com o tamanho das nossas pilas. 

- Carlos!!! Pera ai! - grito enquanto corro na direcção deles.

Quando os alcanço estão a falar sobre a minha vizinha do 4º andar. Parece que fez um aborto.

O João mora no prédio em frente ao nosso e às vezes espreita-a pela janela.

Estão a combinar uma festa de pijama para irem todos dormir lá a casa para montarem uma vigia.

O meu entusiasmo pela expectativa de uma noite tão bem passada é esfriado pela preocupação da vergonha que me aguarda quando entregar o livro do aluno na escola.

- Ó Zé? Não lhe queres ver as mamas? O João diz que são maiores que as da irmã do David. 

O David dá um carolo ao Carlos e espeta-lhe com um pontapé na mochila que quase cai ao chão.

Isto dá-me uma ideia genial.....

- Oh, as da irmã do David nao valem um caralho. Mas ela chupa bem. - digo eu - sem saber onde fui buscar coragem para ofender a irmã do Bin Laden da escola, mas consciente que tinha de escolher o menor entre dois males.

Agarro na mochila à minha frente tipo escudo (depois de, convenientemente, lhe ter aberto o fecho) ao mesmo tempo que vejo o David a voar na minha direcção. 

Caio no chão, e enquanto sou violentamente esmurrado, consigo, com algum esforço, ir dando pontapés na mochila aberta até que a mesma e o seu conteudo vão parar a uma poça de lama de profundidade razoável. 

Entretanto já o Carlos e o João puxam o David que esperneia e espuma de raiva. O João lá consegue levar o david com ele, enquanto ele me grita palavrões que nem conheço e me faz ameaças de morte.

O Carlos volta para trás para ver se estou bem.

- Pá, és maluco??? E agora estas todo cagado. Bora a tua casa mudar de roupa. Vamos ao segundo tempo.

E ajuda-me a apanhar os livros e cadernos espalhados, a maior parte deles transformados em esponjas lamacentas.

- Xiii...o teu caderno do aluno foi cos porcos....este não se salva.

Que chatice! ohhhhhhhh!!! - penso eu todo orgulhoso do meu plano enquanto limpo à camisola o sangue que me pinga do nariz.

Sei que durante uns tempos vou ter de me esconder na casa de banho nos intervalos, mas o que é isso ao pé de o meu prof ler o meu pai a dizer que lhe vai fazer um clister à antiga??

- Carlos...o que é um clister à antiga?

Zézinho

 Olá. Sou interno no meu primeiro ano de medicina. A minha especialidade vai ser ginecologia. Hoje estou de serviço nas urgencias. 

Tem sido uma noite chatissima.

O medico especialista veio directo de uma despedida de solteiro e, depois de lhe dar um sedativo coloquei-o numa maca que empurrei para uma sala de arrumos.

Estava-se a tornar-se inconveniente ao apalpar o traseiro às enfermeiras à vista dos pacientes. Tinha de fazer alguma coisa.

Estou por minha conta, mas sinto-me preparado para o que der e vier.

A minha ultima paciente foi uma mumia de quase 70 anos que garantia ter sido vitima de violação. Argumentou que se dirigia às urgencias por causa de uma dor no peito quando foi abusada por um bebâdo no parque de estacionamento.

Agarrei na ficha e encaminhei-a para o serviço de cardiologia, afinal, nesta idade, um possivel ataque cardiaco é uma situação muito mais urgente que uma violação.....e com 2 maleitas à escolha escusa de sobrar para mim. Pode ser que quando voltar ja tenha mudado o turno.

Tenho na mao a ficha da paciente que vou chamar de seguida. Uma rapariga de 27 anos em possivel processo abortivo. Mando-a entrar.

   Ena!! Ganda boazona!!! 

 - Sente-se. Portanto...está a abortar? - pergunto

 - Sim...não...quer dizer...eu... - responde ela.

 - Não se preocupe. vamos já ver isso! Deite-se ali naquela marquesa de pernas afastadas e coloque os pés nos suportes de metal! Chegue o          rabiosque à frente....isso!!!

Começo a fazer o exame.

Introduzo o espéculo para poder observar o colo do utero.

A primeira coisa que me salta à vista são as inumeras perfurações ao longo das paredes da vagina. No final, tapando a visibilidade para o colo do utero vizualizo um objecto ensanguentado que não consigo identificar. 

Fico chocadissimo. Apesar da liberalização do aborto sou objector de consciencia.

É obvio que esta criatura tentou, de forma vil e brutal, livrar-se da vida que carrega no utero. As lacerações na vagina foram feitas por algum objecto perfurante. A violencia do acto está à vista.

O objecto visivel poderá ser o feto em processo de expulsão. Nunca tive uma situação identica e o especialista continua inconsciente na sala dos arrumos. 

A paciente não tem qualquer tipo de hemorragia e o mais apropriado parece-me o ser feita uma aspiração. Não vou perder tempo.

Chamo a enfermeira.

Não consigo explicar bem o que se passou de seguida....ja tinhamos a sonda e o dispositivo de sucção prontos...quando a paciente comeca a gritar que nao...que é tudo um engano.

A enfermeira a agarra-la, e a louca, de perna aberta ,aos gritos que nao sabiamos o que estavamos a fazer....quando de repente, tal é a força que faz, lhe sai algo disparado da vagina, qual torpedo, atravessa a sala e cai, rolando pelo chão.

A enfermeira desmaia.

Eu sinto-me nauseado....confesso.

A paciente mostra um ar de alivio imenso o que me faz pensar que deve ter sido um aborto bem sucedido e que não será necessaria curetagem. Menos mal.

Estou-me a baixar para acudir a enfermeira quando a porta se abre de rompante e entra o meu chefe, cambaleante, com vomitado na bata e e com voz empastelada berra bem alto: - Que raio se passa aqui???

Afasta-me da enfermeira e debruça se sobre ela...desiquilibra-se e cai. 

Nesse preciso momento, pela porta escancarada entra o cardiologista seguido da paciente que lhe enviei. Vem furioso. Que as queixas da paciente sao para um exame ginecologico e nao para cardiologia.

No meio da confusão vejo a paciente a sair sala fora com as calças na mão depois de apanhar qualquer coisa do chão...parece-me um bocado de uma cenoura....mas já nao confio nos meus sentidos. 

Nesta altura  começa a velha aos berros:

- Aiiiii, está ali o bebâdo que abusou de mim! Está a fazer o mesmo à enfermeira!!!!

O medico interno

Sou psicologo. 

Ajudo as pessoas a reconhecerem e deixarem para trás traumas que lhes retiram qualidade de vida.

Levo a minha profissão tão a sério que frequentemente decido fazer estudos por conta propria para enriquecer metodos antigos ou criar novos metodos de estudo.

Desvendar a comunicação não-verbal do corpo humano, primeiramente analisando os princípios subterrâneos que regem e conduzem o corpo. A partir desses princípios aparecem as expressões, gestos e atos corporais que, de modos característicos estilizados ou inovadores, expressam sentimentos, concepções, ou posicionamentos internos. Este trabalho em grupo, através de técnicas da Psicologia Corporal, visa identificar e expressar gestos contidos, auxiliando o indivíduo a reencontrar-se com o seu corpo, e a tirar o mais alto grau de proveito possível da vida que há nele.
Os processos energéticos do corpo determinam o que acontece na mente, da mesma forma que determinam o que acontece no corpo.

Decidi então desvendar a comunicação não verbal do corpo....mas como não é facil encontrar objectos de estudo tenho usado sites de encontros virtuais.

Por exemplo, ontem convenci uma rapariga a introduzir uma cenoura na vagina. Para ser credivel, antes fi-la acreditar queria lá ir a casa ter sexo com ela. Ela recusou (algo manipulado por mim) e lá passámos à introdução de objectos.

Mas fiquei extremamente perturbado (ate tive de tomar um rivotril), pois,quando estava prestes a fazer uma analise a net do objecto de estudo foi-se abaixo. A unica conclusão que consegui anotar foi a de que a escolha de uma cenoura demonstra a existência de algum transtorno sexual e provavelmente a incapacidade de se relacionar sexualmente com outras pessoas. Também demonstrou ter uma fixação por bombeiros, algo que ainda tenho de esmiuçar. Mas o estudo ficou incompleto, o que muito me incomoda.

Neste momento estou a atender um cliente e tenho de me focar nele e retirar dos pensamentos esta contrariedade.

É um rapazinho. Com os seus 10 anos de idade. Chama-se Zé. A mãe sugere que o filho tenha sido exposto a alguma situação extremamente traumatica.

Não conseguiu dar-me motivos que o indiquem, tendo apenas mencionado que a criança não toma banho (não precisava ter-mo dito...) e que tem um professor que é gay. Provavelmente estarei apenas a perder o meu tempo e o do rapaz por causa de uma mãe histérica e homofóbica......

Começo a tentar estabelecer um vinculo com o rapazinho para o fazer falar comigo de forma expontanea sem se sentir avaliado. Ver-me como um amigalhaço de confiança...pelo menos na meia hora em que durar a cosulta.

- Então...diz-me lá...o que é que gostas de fazer?

- Sei lá.....tapetes de arraiolos?

Anoto: hobbie :tapetes de arraiolos

-Muito bem! Muito bem! Também fazes malha ou crochet?

Olha para mim como se eu tivesse uma couve na cabeça....

- Não...só tapetes de Arraiolos. Aprendi na escola.

- A sério? Eu adorava ter aprendido...mas nunca tive essa sorte... quem te ensinou? (lá estou eu a manipular...a criar o vinculo...para nos identificarmos!)

- O meu Stor de trabalhos oficinais. Primeiro eu não queria....mas ele obrigou-me...e agora já gosto. 

Anoto: Criança com fraca personalidade. Facil de manipular. 

Sinto algumas suspeitas mas decido aprofundar.

- Gostas desse Stor? 

Ele encolhe os ombros.

- Nem por isso...está sempre a obrigar-me a fazer coisas...mas gosto dos tapetes de Arraiolos e ele às vezes até é simpatico.

Anoto: obrigado a fazer "coisas"/vitima de sindrome de Estocolmo?

- Gostas de andar na escola?

- Gostava. Mas agora tenho vergonha e não quero voltar. Mas se digo ao meu pai ele bate-me.

Pai violento.....anoto eu.

- E com os teus pais...tens uma relação porreira? 

- Com a minha mãe tenho. Ela faz tudo o que eu quero porque tem medo que a mate com um machado. Com o meu pai nem por isso...ele só quer saber do Benfica e da Judite de Sousa.

Anotação: criança com possivel transtorno sociopata/ pai benfiquista (sublinho a segunda a vermelho)

- A Judite de Sousa?

- Sim. Ouvi a minha mãe ao telefone a dizer à minha madrinha que o meu pai fazia porcarias com a Judite de Sousa.

Depois perguntei à minha mãe o que é que isso queria dizer e ela disse que eu nao devia ouvir as conversas dos adultos. Mas insisti e ela disse que ele mandava cartas com asneiras à Judite.

Não preciso anotar mais nada.Tenho dados maais do que suficientes para um relatorio e a segurança social terá de ser informada do risco que esta criança corre.

Chamo a mãe, despeço-me de ambos e digo que farei uma analise e os irei contactar em breve.

Mal saeem escrevo os topicos para um relatório preliminar.

- Higiene negligenciada

- Vitima de violencia domestica por parte de umdos progenitores que demonstra ter graves problemas emocionais: persegue figuras publicas, é ordinario e é do benfica.

- Provaveis sevicias sexuais por parte do professor de Trabalhos oficinais. No entanto a criança protege-o pois foi aliciado com tapetes de Arraiolos.

-Criança com caracteristicas sociopatas podendo a longo prazo vir a tornar-se um assassino em serie.

Que Deus me dê força para lidar com os casos dramáticos com que me cruzo......

O psicologo

Olá. Sou a boazona do 4º andar.

Tenho pena de viver neste predio de doidos mas o ordenado do call center não dá para mais.

Não tive tempo paraa estudar para arranjar um emprego melhor porque os rapazes não me largavam.

Não se pode dar atenção a tudo ao mesmo tempo.

Os meus pais vivem em Castelo branco e pensam que sou enfermeira.

Vim para Lisboa estudar e pagaram-me estadia, despesas e propinas. Como os respeito muito tive de lhes mentir, e, portanto, trabalho no hospital de S. José há 5 anos.

Toda a gente me conhece lá. Tenho convivido muito com bombeiros e com tecnicos do Inem e já lá fiz voluntariado.

Não tenho muitas amigas porque são todas umas invejosas e porque já fui para a cama com alguns maridos e as coisas espalham-se.

Hoje estou muito transtornada....tive um problemazito ontem à noite....

Conheci um rapaz simpático na Internet, bombeiro, e conversa puxa conversa decidimos fazer sexo virtual.

Quer dizer...ele queria vir cá a casa mas fi-lo ver que sou séria e que isto não é assim à brava.

Ele queria ver-me na cam a brincar com um vibrador. Mas já não tenho o meu .A minha mãe deu com ele quando cá veio a casa e expliquei-lhe que aquilo era um massajador,ofereci-lho. Tem sido uma grande mais valia para as dores lombares do meu pai. A comadre da minha mãe anda à procura de um igual para usar no marido e tudo.

Lá fui eu procurar algo que substituisse o vibrador.

Não havia garrafas...tinha feito reciclagem á tarde.

Latas de spray eram todas muito estreitas e ele disse que não se ia entusiasmar com isso. E eu gosto de agradar...

Virei tudo até que encontrei algo perfeito.

Umas cenouras XXL que comprei à tarde para fazer uma sopa (vou começar uma dieta nova esta semana).

Ele achou muita graça à cenoura. Eu também...apesar de não vibrar até foi simpático....nem tive de fingir muito. 

Às tantas ele queixa-se que o angulo não é o melhor e eu lá me tento ajeitar quando ouço um "clac".

A cenoura partiu-se.

Puxo pela rama e...falta-lhe a ponta.....merda..merda...merda!!!!!

Desligo a cam e corro para a casa de banho. Enfio os dedos por ali dentro mas nada....começo a ficar com medo de a ter empurrado para o utero.....

Vou à cozinha e agarro num garfo...tento introduzi-lo para o espetar no bocado da cenoura mas depressa percebo que não é boa ideia.

Ligo para a saude 24. 

Depois de me fazerem uma quantidade de perguntas imbecis lá chegamos à questão.

-uma amiga minha tem um bocado de uma cenoura dentro da vagina

-Desculpe?

Repito -uma amiga minha tem um bocado de uma cenoura dentro da vagina e não a consegue tirar

silencio

- estou?

- sim...sim...como aconteceu isso?

Silencio

- Estou?

- sim, sim....não sei muito bem...arg....acho que a ginecologista lhe pediu para medir o diametro...

- A ginecologista pediu?! Com uma cenoura?! O diametro?? 

Desligo o telefone.

Merda...merda...merda!!!!!

Chamo um taxi e arranco para o hospital.

Pertenço a S.José mas mando o taxista ir para S.Francisco Xavier...sou demasiado conhecida no outro.

Chego às urgencias e vou para o balcão de inscrições.

Quando me estão a fazer a a ficha de entrada, vejo, sentada do outro lado do balcão uma enfermeira que tem uma amiga que é prima de uma amiga quen por sua vez é amiga da cunhada de uma vizinha da nora da padeira do nosso bairro.....retraio-me. Quer dizer.....já estou a imaginar... "a tipa do 4º enfia cenouras". 

Quando a funcionaria me pergunta o motivo da ida a urgencia respondo:

- Acho que tou a abortar.

A boazona do 4º andar

O dia de uma dona de casa não é fácil.

Levantei-me às 6h para fazer o farnel pó marido levar pó  trabalho.

Às 7 acordei o Zezinho para ir para a escola. Fiz-lhe o pequeno almoço e preparei-lhe o lanche.

Obriguei-o a cortar as unhas para os pés caberem nos sapatos. 

Ultimamente não quer tomar banho. O pai diz que é um porco mas eu sei que é algo mais complexo...além do banho agora também larga pacotes de bolachas e de leite com chocolate vazios pelo quarto e usa as mesmas cuecas ate ficarem tesas.

Vou procurar um psicologo. Há qualquer coisa a traumatiza-lo.

Até lá também vou evitar contraria-lo. No outro dia na Fatima Lopes estavam a falar de um filho que matou a mãe com um machado.

Ok. Não há cá machados em casa mas nunca fiando.O melhor é ir-lhe fazendo as vontades e não correr riscos. Tadinho. Ele é muito sensivel. Faz tapetes de Arraiolos e tudo.

Hoje so tive tempo para ver 4 novelas. Foi um dia complicado. Nem deu para grandes conversas na padaria. Só lá estive 1 hora, foi de fugida. Fiquei a saber que a galderia do 4º andar fez um aborto. Uma prima de uma amiga da cunhada da vizinha da nora da padeira conhece uma enfermeira ue lhe contou. Nunca me enganou...tenho de andar de olho nela.....

Agora estamos todos em casa. Já jantámos. 

O Zé armou uma discussão porque acha que fazer tapetes de Arraiolos podde levar o Zezinho a querer levar no cu. Pelo menos foi o que ele disse.

Fiquei um bocado preocupada, não vou mentir. Ele percebe muito mais do que eu dessas coisas.

Mas a minha mãe fazia tapetes de Arraiolos e fiquei maldisposta a vizualizar coisas dessas entre ela e o meu pai. Fiquei com o dia estragado. 

O miudo ficou de castigo e leva um recado para a escola no caderno do aluno a proibir de voltar às aulas de trabalhos oficinais a dizer que o professor é gay. Está a chorar e a dizer que vai morrer de vergonha. E eu a pensar no machado e na Fatima Lopes. Desconfio que isto foi um erro.....

Vou ao quarto buscar as pantufas, estes sapatos fazem-me inchar os tornozelos e quero arrumar a cozinha e fazer tempo até o marido roncar senão vai querer fazer porcarias e não tou para ai virada. Já fizemos este mês...nunca está satisfeito. Acho que é ninfomaniaco o raio do homem.

Abro a porta e dou com o gajo a mexer na piroca enquanto olha para a Judite de Sousa. Fico agoniada. Saio, esperando que ele não tenha visto que eu vi.

"Ganda porcalhão"- digo eu, sem dar conta que estou a falar alto, enquanto corro para o telefone para contar à Adelaide. 

Maria a dona de casa com a 4ª classe

Amanhã joga o Benfica mas vêm os meus sogros cá a casa.

Tá combinada petiscada em casa do Zé Chapinha pá malta ver a bola. Preciso de um plano para dar a volta à Maria. 

O puto tá de castigo porque anda a fazer tapetes de arraiolos. Que aprendeu na escola e o caralho... Não quero cá rabichices dessas!!!

O que é que vem a seguir?? Ir para os escuteiros ou tocar flauta?? A culpa é da mãe que faz do cabrão um maricas. A partir de agora quem vai às reuniões da escola sou eu. 

(BURPPPPPP)....desculpem, o jantar tava puxado e ando com a figadeira toda fudida. 

A Maria tá a arrumar a cozinha. A cabra passa a tarde toda a ver novelas enquanto eu vergo a mola e à noite é que trabalha.

Quando vai pá a cama já tou a dormir e assim safa o coiro. Devia ser obrigatório por lei uma gaja dar o pito ao marido pelo menos uma vez por semana.

Quando é uma vez por mês já é uma festa e parece que tou a fuder uma carcaça morta que ainda não entrou em rigor mortis (aprendi isto com um primo que tem uma funerária...nao sei bem o que quer dizer mas sei que tem a ver com ser preciso afastar as coxas com um torno para encontrar a pachacha).

A puta não se cala e ta sempre a perguntar se ainda demoro muito. Se ela se calasse e me deixasse imaginar que ela é a administrativa lá da central de camionagem vinha-me mais depressa. 

Por falar nisso vou bater uma.

Vou pó quarto.....Canal da pornochachada.

Cá está. 

O animal tá murcho. E ver o tamanho do mangalho do actor do filme não o ajuda a animar.

Amanhã vou medir esta merda outra vez, acho que tem vindo a encolher.

Deve ser da falta de uso, o sangue já não dá cô caminho nem com sinalização. Puta da gaja.

Pera....gandas mamas a porca do filme..acho que a coisa se faz.

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Merda...a Maria entrou a meio do serviço, tava acoisa a correr tão bem....

Mudo a correr para as noticias. A Judite de Sousa tá a cagar postas de pescada.

A Maria volta a sair e fecha a porta...

Acho que não deu por nada.

Mudo o canal e inicio as manobras de ressurreição do bicho.

Ouve-se uma voz lá fora..."Ganda porcalhão"

Merda.....

Camionista Benfiquista